14.2.09

O imperceptível

Ainda não encontrei o caminho das pedras para minha escrita. Ainda piso em águas, lodo, lama, enfrento charcos, pântanos, mas sei que todo romântico passa por isso. Romântico no sentido amplo do ser. A visão subjetiva. O modus operandi do dia a dia, a forma, o contorno, os detalhes de tudo. A observação geral do todo, em tudo por tudo. Poderia dizer que às vezes sofro sendo assim. Mas não. Essa é minha missão. Ver o imperceptível. Então percebo que o ato de escrever (dom?) é a necessidade de expressar, mesmo que ininteligível e hermético, essas nuanças da rotina. Alguém já me aconselhou a cura. Mas essa febre interior não cessa. Sou impulsionado, entende? E se não pôr para fora é possível até que fique entrevado. Agora, por exemplo, estou remexendo uma montanha de barro. Logo, logo será possível saciar-me com a água clarinha minando de poço tão sujo...